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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Viajar

Viajar é muito mais do que conhecer lugares:
É se apaixonar pelo ser humano, é se frustrar com o ser humano, é tentar entender ele.
É se libertar da obrigação doméstica de se manter numa vida ordinária.
Viajar é compartilhar o medo e o sonho da gente que a gente encontra na estrada.
É escutar e se deleitar com a história de cada um, pra depois, olhando pra trás, reconhecer a importância que cada um teve na nossa própria história.
Sabe, eu não quero ser jovem pra sempre, mas eu quero sim, que pra sempre todo jovem tenha o direito de ser jovem.
O direito de duvidar da realidade e acreditar na fantasia.
O direito de querer transformar em fato uma aventura que só existia em forma de extinto.
O direito de pisar na regra, de romper o limite, de ceder à vontade.
O direito de viver cada dia como se fosse o primeiro, cada noite como se fosse a última.
E o direito de SONHAR.
É complicado!
O mundo não é uma caixa de bombons e qualquer um que se dispõe a explorar de verdade vai encontrar o melhor e o pior da humanidade, vai notar o quão milagroso é o fato da gente ter nascido e ainda tá vivo e o quão frágil é a bênção da existência diante de tudo que o acaso brinca de colocar no nosso caminho.
A gente nunca sabe ao certo do que vai ou não vai encontrar por aí. Acontece que essa incerteza é viciante, sagrada.
Esse primeiro passo pra fora da zona de conforto faz despertar uma ansiedade entorpecente, transforma qualquer um, de novo, num menino.

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