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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Vodca amarga



Era só mais uma dose eu dizia.
Mais um pouco de gelo, outra dose, suco.
A concessão da maturidade já se esvaia, meu mundo começava a girar.
Tequila! Eles gritavam.

Um cigarro, um cheiro característico, beijei.
Senti o doce, gelado beijo.
Um frio na barriga, depois tomei mais uma dose.

Ouvi risos, uma cantoria.
“Trás duas de cinco também”
Era uma felicidade que crescia dentro.

Eu não me questionava, só olhava.
No final, fiquei só, como só eu vim.
Lágrimas e mais uma dose.
Bêbado eu já estava antes, mas de tanto tomar amor.