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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Venha (Touch me)

Lá vou eu como um barco

Sem um rumo e sem farol

Quantos mares eu verei

E quantas luas rubras,

Depois do sol

Lá vou eu como um barco

Sem estrelas, sem farol

Quantos rostos eu verei

Em tantas luas cheias

Depois do sol

Venha me tocar

Onde eu gosto, eu te peço

E eu quero mais

E de novo

E outra vez, eu te imploro...

domingo, 16 de maio de 2010

Mundo = World

O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.

sábado, 15 de maio de 2010

Nogueira - RJ : sensações e descobertas... (nostalgia)

Estávamos saindo da escola... Meu estômago parecia estar cheio de borboletas, não conseguia desviar minha ansiedade para poder parar em mim mesmo e pensar um pouco sobre a vida. Impossível; pois além da minha ânsia em chegar logo a Nogueira para poder lembrar um pouco do frio da minha cidade, e conhecer mais sobre aquele lugar onde nosso Imperador passava o verão, os guris estavam a cantar sertanejo durante todo o trajeto. Não que eu não goste, mas era impossível manter a concentração em algo com as desafinadas e, principalmente, com as letras do ritmo do Centro-Oeste brasileiro.
Muitas sensações foram “experimentadas” durante o percurso de ida. O sentimento de estar indo para casa vinha a minha cabeça a todo instante ao perpassar a Serra. As montanhas me remetiam a Serra Gaúcha, que fica a caminho da minha cidade. A música já não me atrapalhava mais; para mim pouco importava o que estava sendo tocado e cantado; sentia o cheiro de nostalgia no ar.
Durante a subida à Petrópolis parecia que eu estava deixando os pesos do dia a dia e estava pegando, aos poucos, na minha liberdade. Quanto mais subíamos, mais me sentia livre e mais tinha vontade de pegar essa liberdade que aflorava a minha pele.
Paramos no SESC Quitandinha e fomos conhecer aquela maravilhosa arquitetura que já foi hotel, casa de jogos, cenário de novela, condomínio. Quase tudo era original. O sentimento de já ter vivenciado tudo aquilo me arrebatava a todo instante; milhares de “Déjà vu” aconteciam... A decoração era maravilhosa e me tive a oportunidade de me observar naquela “mansão”; eu já estava fora de meu corpo. Vivia momentos de paz. A história daquele lugar atingia o meu pensamento e me fazia sentir as emoções já sentidas tantas vezes ali.
O meu olhar não era mais o mesmo. À medida que íamos nos organizando para voltar ao ônibus ia me sentindo agoniado, pesado. Parecia que o sentimento de liberdade estava me abandonando, cedendo lugar ao desespero, cedendo lugar aos não bons pensamentos. Deveria ser cansaço, não sei. Talvez os momentos que vivi no Quitandinha, naquela visita, me proporcionaram tal indisposição, pois era como visitar o meu passado.
Subimos no ônibus com os nossos sucos. Mais uma vez estava sozinho no banco do veículo. Naquele momento era necessário estar sozinho, era necessário pensar. O pôr do Sol se fazia presente e quando chegamos a Nogueira, bairro de um distrito de Petrópolis, já era noite e a agonia tinha se transformado em inquietação, irritação.
Pegar a chave, o controle e a água. Arrumar as malas no elevador. Subir as escadas e pegá-las. Quarto 301. Cama do lado da TV. Sacada de frente pras montanhas. Chuveiro desregulado.
Tomei banho e fiquei bem. Fui jantar com os guris e depois fomos à Festa Alemã. Voltei a ficar ansioso, estava louco para que a festa começasse para que eu pudesse reviver um pouco da cultura do meu estado. A festa começa ao som de “Ein prosit der Gemütlichkei”. Meu coração estava acelerado e o sorriso estava estampado em minha face. A alegria tomava conta de mim, nunca tive a sensação de estar tão “em casa” não estando “em casa”. Dancei, cantei, caminhei. A explosão de alegria me regia. Meus pés doíam. Dormi como nunca tinha dormido antes.
Saímos pela cidade e as sensações continuaram. Caminhar pelas ruas de Petrópolis nos dias atuais era a mesma coisa que caminhar lá na época do Império. O ar da cidade me enchia de esperanças e recuperava meus ânimos para o retorno.
O céu era azul, a temperatura era agradável. Descobria uma cidade irmã da minha. O tempo passava rápido, de uma forma que o tempo de nossa visita parecia estar reduzindo e já começava a sentir saudades daquele lugar.
Saímos do hotel. Deixei minha mala no bagageiro e entrei no ônibus. Não estava mais sozinho no banco, o que não me impedia de estar mal. Eu ainda estava sozinho, mesmo acompanhado. Descemos a Serra. Meu ouvido doía por motivo da diferenciação de altitude. Em instantes chegamos a escola. Estava vazio de sentimentos, mas ao mesmo tempo cheio de sensações vivenciadas, talvez fossem sensações vazias, revividas durante os curtos três dias de viagem. Chegava em meu quarto e agora, sem precisar estar com a garrafa de água, nem dormir do lado da TV, cansado, a esperar por aquilo que já aconteceu. Redescoberta.

Créditos ao autor: Renan Portolan.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Escola Sesc de Ensino Médio

É preciso reviver o sonho e a certeza de que tudo vai mudar. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver.
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer por que no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo... Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar. Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesmo, mas com certeza não serei a mesmo pra sempre.
Não quero dormir, porque eu não sei se vou me levantar. O dia em que deixamos o conforto de casa para seguir em uma aventura sem saber quais seriam as nossas conseqüências. Tenho que cantar mesmo se eu chorar, pois entre as lágrimas minha voz irá soar. Eu não sei o motivo, mas desse lugar olhando lá pra fora do ''muro'' eu vejo o mundo. É tão diferente saber que aqui tudo muda tudo troca de lugar, e para além do muro o mundo não muda.
Eu sei que essa é a parte em que o fim começa... Aqui onde ninguém me ver, eu fico prendendo o choro, calando o sorriso e gritando em silêncio... O meu medo não é aqui, a frase vaga na minha mente... O calor já se foi e o frio vem... Com o vento cortante e árdido sobre minha pele, a lágrima escorrega sobre a face e fica gélido quando o vento sopra e eu tenho medo do escuro, dos fantasmas a minha volta. Eu danço pra esquecer tudo, extravaso pra ocupar a mente, fico em silêncio pra ouvir o que falam, não falo pra não estragar os discursos dos outros, não tenho opinião, tenho certezas. Faço das minhas palavras a da Edir: Quem sabe a matéria tem dúvidas, quem não sabe nada, não tem dúvidas. Porém concluo, o meu silêncio é a obra mais bela que pude criar, pois é nela que eu divido e faço acontecer, é dela que brotam os melhores pensamentos os quais ninguém pode invadir. Se em meu silêncio incomodava, se minhas opiniões nunca foram concretas, eu respondo: as atitudes me fizeram ser assim. Ouvi, ver, tocar, cheirar e saborear, usei ao meu favor os 5 sentidos do corpo pra no final expressar o que eu sinto sem contradizer o que muitos fazem por impulso.
Somos 347 adolescentes em busca de seus sonhos, somos 347 sonhos querendo ser realizados, somos 347 esperanças depositadas, somos UMA FAMÍLIA!



Meu texto? Pensamentos da Madruga. O autor? Silêncio da Noite. Prazer: Andre Bruno.